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domingo, 6 de dezembro de 2009

Memorial aos mortos dos ataques de 9/7 - faltou um nome





Suchocka, Günoral, Matsushita, Slimane e Badham, são alguns dos sobrenomes inscritos na lápide de mármore, junto ao memorial que recorda os mortos dos ataques que Londres sofreu na manhã de terror do dia 9 de julho de 2005. O monumento foi inaugurado este ano, com as presenças do Primeiro Ministro Gordon Brown e do Príncipe Charles, no dia em que os ataques completavam 4 anos. É algo que os ingleses sabem fazer muito bem: preservar a memória, seja ela gloriosa ou trágica. Às vezes até de forma exagerada. No mesmo Hyde Park, local escolhido para o memorial, há outro dedicado aos animais mortos durante a II Guerra Mundial, por exemplo.

Eu já havia visto o memorial na tv, mas passar entre aquelas 52 pilastras que homenageiam as 52 vítimas do brutal ataque, é completamente diferente. Não há como não sentir uma tristeza dessas que deixa a alma coberta por denso um manto de silêncio. É como ver materializada a brutalidade humana. Nomes que pareciam tão distantes, ilustres desconhecidos, números de uma matemática macabra, ganham origem, nacionalidade, proximidade, sobrenome.

Foi exatamente a leitura de alguns daqueles nomes que acentuaram em mim a sensação do quão absurdo é um ataque terrorista. O absurdo do ataque aleatório, onde as vítimas são escolhidas pelo capricho do acaso. Não foi um ataque contra civis ingleses, o que também não justificaria, foi uma ataque contra quem vive em Londres. Um ataque contra pessoas de diferentes origens: oriental, asiática, africana.

Ao mesmo tempo, aqueles nomes me remeteram a uma ausência. Algo estava faltando. Uma vítima daqueles ataques havia sido esquecida. Por um momento senti vontade de ter comigo uma ferramenta que me permitisse achar um espaço naquela lápide, para gravar ali o nome esquecido: Jean Charles de Menezes.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Paris e o encanto da distância







A primeira vez que fui a Paris foi em 1994. Cheguei exausto, depois de uma longa, embora agradável, viagem de trem, saindo de Barcelona. O hotel que eu havia reservado era pequeno, porém muito decente e aconchegante, situado numa rua perpendicular à Champs Elyssee. Na manhã seguinte, acordei com uma preguiça daquelas em que os lençóis, travesseiros e colchão se tornam os melhores cúmplices. E lá fora fazia frio e chovia. A única decisão que consegui tomar foi a de que pederia o café da manhã no quarto. Todo esforço exigido era esticar o braço alcançar o menu e o telefone. Devo acrescentar que fazer o pedido em inglês exigiu muito mais esforço.

Minutos depois, o presente: uma bela moça, usando um uniforme incompreensivelmente curto para aquela época do ano, era outubro, invadiu o meu quarto portando uma bandeja, um sorriso aberto e um longo "bon jour" entre os lábios. Foi-se a preguiça. Num instante eu estava sentado. Mas tudo o que respondi foi um "bon jour" nordestino. Nunca o francês fez tanta falta. Perdi a língua, enquanto os olhos acompanhavam os movimentos dela ao deixar a bandeja sobre a mesa. Me desejou "bon appetit" e, com a mesma graça com que entrou, me deixou.

Dia seguinte, eu já não estava tão cansado, embora tivesse caminhado muito no dia anterior, mas resolvi pedir o café da manhã no quarto. Sentei-me e esperei. Poucos minutos depois, o susto, a decepção: uma senhora tagarela que mais parecia uma das saudosas irmãs cajazeiras, entrou no quarto exibindo a delicadeza de um tufão. Colocou a bandeja sobre a mesa e, sem me consultar, puxou as cortinas e começou a apontar para fora e berrar: parri, parri. Repentinamente, virou-se e foi embora.

Mas sou teimoso e, no terceiro dia, voltei a pedir o café da manhã no quarto. "Deve ser um dia sim, outro não", foi o pensamento que me justificou o ato. E o pensamento não me traiu. A garota das pernas torneadíssimas e "bon jour" de seda, bateu levemente à porta e, após ouvir o meu "come in", estava ali à minha frente. E agora, o que dizer? Como abrir passagem para um diálogo se eu sequer sabia dizer que não sabia francês, em francês? Não precisou. Ela mesma tomou a iniciativa do diálogo com um surpreendente "você é brasileiro?". "Sou sim, mas como você descobriu?" A resposta veio seguinda de um dedo que apontava o meu passaporte sobre a mesa. Ela era uma estudante que estava fazendo pós-graduação em cartografia. Era paulistana. E eu não sabia que uma paulistana ficava tão bem falando "bon jour".

Mas por que estou contando esta história? Seguinte: eu estou há 4 anos morando em Londres e só fui a Paris uma única vez para fazer alguns programas para o Canallondres. Quando eu morava em São Paulo, fui a Paris umas 4 ou 5 vezes. O fato de saber que Paris está aqui ao lado acomoda ou faz diminuir o encanto. É a mesma razão pela qual fui tão poucas vezes ao Rio, mesmo morando cerca de 10 anos em São Paulo. Enquanto aquela bela moça pareceu um sonho distante, um impossível sonho parisiense, todas as minhas fantasias a desejaram. E como num lapso de um piscar de olhos me abandonaram, quando a familiaridade de um "você é brasileiro?" nos aproximou.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Do Adamastor ao Lux


Quinta-feira, seis da tarde no escritório da agência de propaganda onde eu trabalhava em Lisboa. É verão e o meu telefone toca. Eu atendo, o diálogo é rápido e seguindo de mais alguns telefonemas que vou repassando para outros camaradas. Meia hora mais tarde, estamos sentados com o Tejo e o Porto de Lisboa à nossa frente, dezenas de turistas, a maioria estudantes europeus em férias, e a luz maravilhosa com que a natureza premiou Lisboa. Dividindo o horizonte em antes e depois, a imponente ponte 25 de abril ou, para os mais íntimos, no Adamastor, final do Bairro Alto, bem ao lado do Bairro da Bica. Começava ali a longa noite.

Depois do Adamastor, a próxima parada era o Wip, no Elevador da Bica. O Wip era (não sei se ainda é) uma espécie de 3 em 1, onde você podia cortar o cabelo, comprar umas roupas descoladas e tomar uns copos, localizado num antigo armazém. A calçada e a rua eram o ponto de encontro da moçada cool de Lisboa. Ao passar da meia-noite, a pergunta começava a circular: "quem vai pro Lux... quem vai pro Lux?".

O Lux é um daqueles lugares inesquecíveis por onde passei. A quinta era a minha noite predileta. Ao chegar, já era tratado com o deferimento devido a quem é da casa. Mesmo quando havia filas enormes, o segurança sinalizava para que eu abrisse passagem entre os pobres mortais e furasse a fila. No bar da parte superior, onde eu ficava até que a pista de dança abrisse, bastava me aproximar que já ouvia o familiar "vodca com limão?". Era linda aquela menina. Até dediquei-lhe um poema quando voltei para o Brasil.

Depois da tradicional perigrinação pelos diferentes ambientes que formam o Lux, tempo também para apreciar os móveis e a decoração, chegava a hora de descer para a pista onde, de tanto frequentá-la, já conhecia os meus pares. Era como uma pequena irmandade que se encontrava religiosamente, nas madrugadas de quinta pra sexta, sob o globo que iluminava a pista. Fervia até as sete da manhã. Na saída, alguns dos taxistas já me conheciam, o que tornava tudo mais simples. Sentava-me no banco traseiro e ouvia: "pode dormir, quando chergarmos eu acordo o senhor". E eu dormia até a chegada ao meu destino: Cascais.

Recentemente, quando voltei a Lisboa, para gravar alguns progrmas para o Canallondres, só consegui refazer o início da minha velha tour. Do Adamastor, tomei outra direção. Coincidentemente, estava com um daqueles amigos, o Cássio (foto acima) que costuma falar ao telefone nos finais de tarde para combinar a hora de se encontrar no Adamastor. Resistir, foi a prova definitiva de que estou aposentado das baladas. Mas fica aqui a dica para você aí, cheio de energia, na sua próxima passagem pela bela e inesquecível Lisboa.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fotos de crianças na Internet. A nova paranóia inglesa.


Calcula-se que em Londres exista 1 câmera para cada 4 habitantes. A principal explicação para tanto olho eletrônico é óbvia: medo de ataques terroristas. Mas a obsessão com a segurança, em detrimento da privacidade, acabou contribuindo para que a polícia aqui resolva cerca de 90% dos crimes que investiga. É muito difícil mover-se em Londres por 100 metros sem ser capturado por um desses olhares indiscretos. Por isso, uma das primeiras medidas que a polícia toma ao iniciar a investigação é examinar as imagens de todas as câmeras nas proximidades da cena do crime, ou nas possíveis rotas de acesso ou fuga. Junto com o exame de DNA, talvez seja a tecnologia que mais ajuda a desvendar um crime.

Depois do lançamento do Canallondres, em abril desse ano, se tem uma coisa que a gente aprendeu foi que é preciso cuidado quando se está filmando nas ruas da cidade. Se você está com uma câmera ligada numa estação de metrô, num grande shopping ou na City, o coração financeiro de Londres, a probabilidade de ser abordado por um policial, ou segurança da área, é muito grande. Por isso, quando filmamos nas ruas só usamos a câmera pequena, porque é fácil se passar por turista. Para usar uma câmera maior, ou mesmo o tripé, só se você estiver filmando com autorização do Council (sub-prefeitura) local.

Só que agora uma outra paranóia toma conta dos ingleses. O nome é feio: pedofilia. Como a internet tem se revelado um campo fértil para atuação dos pedófilos, cresce nos ingleses o medo de que as fotos dos seus filhos acabem caindo numa das inúmeras redes de pedofilia que povoam o mundo virtual. A primeira vez que presenciei uma cena que era indício desse novo comportamento foi no pátio da belíssima Somerset House, cenário de tantos filmes e que, no verão, é palco para concertos e apresentações ao ar livre. Pois bem, naquele dia ensolarado, 4 meninas adolescentes se divertiam entre as fontes de água, que brotam do solo e formam uma espécie de labirinto transparente, quando um fotógrafo, portando equipamento profissional, começou a registrar as belas imagens. Foi o que bastou para se armar uma grande confusão, com os seguranças tentando confiscar o seu equipamento. No final, ele teve apenas que deixar o local, mas não sem deixar os seus dados pessoais em poder dos seguranças. Just in case. Isso tem se tornado um tema tão sério a ponto de, recentemente, uma avó ter sido abordada e obrigada a provar que a criança, que ela fotografava no playground de um parque, era a sua neta.

Recentemente, fui gravar um programa no Museum of London e o funcionário que nos acompanhou fez duas recomendações explícitas: não filmar uma série de fotografias na parede da recepção, por conta dos direitos de imagem e, muito menos, os estudantes que circulavam pelas salas e corredores do museu, naquele dia.

É por isso que, dos cerca de 80 vídeos do Canallondres, apenas um registra imagens de uma criança e, mesmo assim, porque ela está acompanhada da mãe, a cantora Rebeca Vallim, que era a nossa entrevistada. E ainda assim, economizamos ao máximo a exposição do filho da Rebeca.

Se esta tendência veio para ficar, a cada dia, vamos ver menos e menos rostos infantis nos perfis dos ingleses em sites de relacionamento. Claro que é uma pena que isso aconteça, mas o inglês, em seu pragmatismo, não pensa duas vezes quando o assunto é segurança. Por isso mesmo as câmeras se integraram tão rapidamente à paisagem londrina. Também é uma prova de que a internet mudou definitivamente os limites entre o público e o privado. É uma nova realidade com a qual a gente precisa aprender a conviver.

Tudo isso me faz pensar numa das mais famosas fotos do mundo. Estou me referindo à imagem em que um menino carrega duas garrafas pelas ruas de Paris, capturada pelo clique único de um dos maiores fotógrafos de todos os tempos, Cartier Bresson. Hoje, pelo menos aqui em Londres, provavelmente, aquela foto seria impossível.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Um museu perto de casa




Quando se fala em museus de Londres raramente alguém vai lembrar desse nome: Horniman Museum. Primeiro porque ele fica fora do circuito tradicional, como a Exhibition Road que, sozinha, concentra 3 grandes museus. O Horniman Museum fica, para minha sorte, em Forest Hill, bem pertinho da minha casa.

A origem do Horniman é bem interessante. Um comerciante de chá, Frederick John Horniman, começou a colecionar objetos durante as suas viagens e trazê-los para sua residência em Forest Hill. Com o tempo, a coleção cresceu e ele resolveu abrir a casa para que os vizinhos pudessem conhecer um pouco das culturas e lugares por onde ele passava, através daqueles objetos. O restante você pode imaginar: em 1898, ele contratou um arquiteto e encomendou o projeto do museu, que foi aberto em 1901. Uma das características do museu, mantida até hoje, é que o acesso sempre foi grátis.

Em maio desse ano, quando resolvemos fazer uma entrevista com a diretora de cinema Denise Zmekhol, para um programa do Canallondres, o Horniman Museum foi a primeira idéia de cenário que pensamos. Denise estava em Londres para mostrar o seu documentário Children of the Amazon, no Rainforest Project, ONG do Príncipe Charles. Children of the Amazon trata do legado de Chico Mendes para os povos da floresta e, claro, de qualquer parte do planeta e achamos que o Horniman, apesar da sua importância, é um bom exemplo do que não pode acontecer com os povos da Amazônia: acabarem relegadas a prateleiras de museus. Por isso, documentários como Children of the Amazon são importantes, já que é do conhecimento que nasce o respeito. Por coincidência, Denise está de volta para 3 exibições do seu documentário em Londres e Oxford, acompanhada de Elenira Mendes, filha de Chico Mendes.

Outra característica do Horniman é a preocupação com o lado educacional. É um lugar muito frequentado por crianças. A razão principal é o fascínio que o aquário do museu exerce sobre elas, mas daí para dar uma passada na maravilhosa coleção de instrumentos musicais e na área onde ficam expostos objetos africanos e asiáticos, é só um lance de escada. Agora, a cereja do bolo: o Horniman fica localizado num belíssimo jardim, no topo de uma montanha, de onde, em dias claros, desfruta-se de uma vista maravilhosa de Londres. Aliás, essa pequena montanha é a única razão pela qual eu não vou até lá andando.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O dono da calçada



Em qualquer cidade do Brasil a calçada é parte da casa. Em Londres, a calçada pertence à rua. Em princípio, isso poderia significar exatamente nada, mas faz uma grande diferença. Quem curte fazer "jogging" ou simplesmente dar uma volta no quarteirão, sabe a diferença: andar por uma calçada em qualquer cidade brasileira, em geral, é como caminhar por uma superfície em mutação, com altos e baixo, trechos bem cuidados, outros abandonados, planos, inclinados, tudo de acordo com o gosto ou capricho do dono da casa, que também é o dono da calçada. Em Londres, por ser de responsabilidade do poder público, as calçadas são uniformes. Outra vantagem: você não pode bater à porta de ninguém para exigir que mantenha a calçada em bom estado. Quando a calçada é um bem público, você sabe em que porta bater quando precisa exigir alguma ação.

Recentemente, a irmã de uma amiga minha veio de férias para a Europa e teve a infelicidade de quebrar a perna em Paris. Depois de ser atendida (muito bem atendida, por sinal), ela veio para Londres onde teve que "curtir" o que lhe restou das férias, numa cadeira de rodas. "Um pesadelo" nas palavras dela. Depois da nossa conversa, eu pensei: "se numa cidade como Londres, onde as calçada são planas, onde toda calçada é rebaixada nas esquinas, exatamente para facilitar a vida de quem usa cadeira de rodas, ela passou pelo que passou, imagine numa cidade onde os calçamentos, muito frequentemente, parecem pistas de obstáculos? E Londres ainda tem a desculpa de ser uma cidade muito antiga, com ruas construídas para carruagens e adaptadas para a era do automóvel. O metrô de Londres nasceu no século XIX, quando a preocupação com a mobilidade dos deficientes físicos era praticamente inexistente. Mesmo assim, a cidade tem algumas soluções simples que ajudam em muito: além do rebaixamento, toda calçada, assim como as entradas de metrô, tem uma textura diferente na esqueina, para orientar o deficiente visual; os semáforos têm sinais sonoros, pela mesma razão; todo ônibus tem amplo espaço reservado para cadeiras de rodas e carrinhos de bebê.

Outra lição que tirei recentemente das ruas de Londres, é quanto à competência para se realizar uma obra pública. Acordei um dia e vi que tinha movimentação de trabalhadores diante da minha casa. Ao poucos percebi que eles iriam trocar o calçamento. Nunca havia visto algo assim em se tratando de obra pública: uma equipe veio fazendo marcações, outra equipe, logo atrás, veio arrancando o velho calçamento, já seguida por outro time com os blocos de concreto da nova calçada. Tão repentinamente quanto começaram, terminaram. E o chefe da obra, ainda veio me perguntar se eu estava satisfeito com o trabalho deles. Eu tava de queixo no chão: foi rápido, bem feito e não atrapalhou a vida de ninguém.

Foi daí que me toquei para algo tão óbvio, mas que durante toda a minha vida jamais havia dado a devida atenção: calçada não tem dono, calçada é de todo mundo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A única praça de Veneza



No início deste ano estive em Veneza pela segunda vez em minha vida. Entre a primeira e a segunda visita, 10 anos se passaram. Registre-se que estes 10 anos se passaram apenas para o visitante. Veneza, embora se diga que ela está cada vez mais imersa em água, continuava a mesma.

Entre suas inúmeras águas, centenas de pontes e suas ruas estreitas, Veneza guarda as marcas de uma cidade outrora muito poderosa. Não só uma das cidades mais poderosa do planeta mas, ao mesmo tempo, a cidade que abriu o ocidente para o mundo binzantino, por conta das aventuras de um dos seus filhos mais ilustres, o mercador Marco Polo, nascido em 1254.

É claro que cada viagem a Veneza, como a qualquer outra cidade do mundo, você vai aprender coisas novas: fatos, curiosidades, lendas, ligadas à sua história secular. Em Veneza, há por exemplo, muita lenda cercando o corpo de São Marco, o santo protetor da cidade, e a basílica que leva o seu nome e onde supostamente se encontra o seu corpo. Conta a lenda que o corpo de São Marco foi encontrado num pilar da igreja em 1094. A versão atual da basílica é, na verdade, sucessora de outras duas versões que foram destruídas por incêndios. Outra curiosidade a respeito de São Marco é que em qualquer lugar de Veneza, principlamente no alto de alguns edifícios, você vai ver anjos que o representam. Estes anjos são os protetores de Veneza.

Mas comecei a falar da Basílica de São Marco, quando o que eu queria mesmo era registrar uma curiosidade que só nesta minha última visita descobri: São Marco é a única praça de Veneza. Isso mesmo: por uma questão de hierarquia, todos os outros lugares que poderiam ser chamados de "piazza" são denominados de "campo". A Piazza di San Marco, frequentada e admirada por artistas, escritores, imperadores e o mais mortal dos turistas, é uma dessas marcas do poder que Veneza ostenta e que o tempo não apagou. E, assim como Veneza, a praça São Marco é única.