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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dicas de Londres pra quem tá chegando



Esta semana eu fui conversar com o Rafael e o Gabriel, dois brasileiros que acabaram de completar um mês em Londres. Eu conheci o Rafael através do twitter, onde seguimos um o outro. O legal de encontrá-los, além do fato de tornar real um encontro do mundo virtual, foi lembrar desse período que é a adaptação a uma nova cidade. Numa cidade como Londres, tão diferente, em todos os aspectos, de qualquer cidade brasileira, pode ser um período penoso: frio, alimentação, língua, costumes diferentes.Informação é tudo para quem quer vencer este período sem traumas.

Antes de sair do Brasil, eles lançaram até um blog, onde contam o passo a passo até desembarcar aqui: passaporte, visto, escolha da casa, escola, etc. Hoje, o blog é uma maneira inteligente e interativa de relatar o cotidiano deles para a família e os amigos que ficaram no Brasil.

Na conversa com eles, eu também pude entender melhor porque o link "dicas", com Kléber Saúde, uma grata revelação como apresentador, é um dos mais acessados do Canallondres, desde o seu lançamento. Foi uma das decisões mais bacanas que a gente tomou. É algo que gratifica muito saber que você está ajudando pessoas.

Outra prova do interesse por esse tipo de informação, principalmente por parte dos estudantes, é o programa sobre imigração, com o especialista Daniel Martins. Até mesmo o anúncio da sua empresa, em nosso "classificados" é, de longe, o mais acessado da página.

Breve você vai ver o programa que estamos preparando com a dupla Rafael/Gabriel. Eu tenho certeza que, pela simpatia e naturalidade com que eles se comportam diante das câmeras, além do interesse que o tema desperta, será mais um programa de sucesso na tv dos brasileiros em Londres, ou em qualquer lugar do mundo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Street Art



Conheço um monte de gente que só parece interessada em arte quando viaja. Acha o máximo voltar de viagem e se exibir na roda de amigos, relatando os inúmeros museus e galerias de arte que visitou. Se você perguntar que artista, que quadro, gostou mais, talvez consiga lembrar de um Picasso.

Isso talvez tenha a ver com essa coisa de se separar arte da rotina diária. Consumir arte é algo esporádico, reservado para determinados momentos. Por outro lado, parece que, pra alguns, arte é só o que está em museu. Uma escultura no caminho entre a casa e o trabalho, causa o mesmo impacto que um poste. Em certas cidades, para consumir arte, só saindo da região onde se mora. Exige-se um ritual, como ir ao cinema.

Estou escrevendo isso porque sempre que vou ao Tesco, um supermercado bem próximo da minha casa (é impossível morar longe de um Tesco em Londres), tem um conjunto de esculturas de um dos mais aclamados artistas ingleses da atualidade, Antony Gormley. Elas não chamam a atenção de ninguém. Parecem uns tocos de concreto à beira da calçada, mas na verdade é uma série criada (bollards) para substituir as barreiras de concreto que normalmente são usados para evitar que os carros invadam o espaço reservado aos pedestres. Fico imaginando que se estivessem num museu, na Tate Modern, estariam cercadas de turistas, curiosos a respeito do sentido das mesmas. Mas não, estão espalhadas pelas ruas de Peckham e East Dulwich, como poderiam estar em qualquer outra região de Londres. Exatamente como um Tesco.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Um paraíso perdido



Em seu famoso poema "uma arte", a consagrada poeta Elizabeth Bishop construiu os seguintes versos: "Perdi duas cidades, eram deliciosas. E, / pior, alguns reinos que tive, dois rios, um / continente. Sinto sua falta, nenhum desastre." Eu perdi Cascais. Não, não demorou muito para que eu me desse conta da perda. Foi como se tivesse saído do paraíso por livre e espontânea vontade. Que louco faria isso? Bem, não me considero louco, mas confesso que fiz. Cascais é um desses lugares que todo mortal deveria ter o direito de conhecer antes de partir para o outro paraíso. Que, ao contrário de Cascais, eu não tenho certeza que existe.

As lembranças que carrego comigo: um copo com alguns dos grandes amigos que fiz ao longo da minha vida, na praça Luís de Camões; uma sobremesa numa doceria na Casa da Guia; o pub irlandês que tinha uma garçonete linda; o restaurante que eu ia comer um galeto e chavecar a filha do dono; o Pereira, tasca onde comi a melhor galinha de cabidela de todos os tempos; praia do guincho, com ou sem vento.

O outro lado do paraíso eu podia ver da varanda do apartamento que herdei do meu amigo Cássio Jeha, quando ele trocou o paraíso por Madri. Ele gostava tanto, que deixou lá a sua bicicleta e a prancha de surf. Queria ir, mas não queria muito. O meu carro ficava estacionado no calçadão em frente ao prédio. Às vezes esquecia de fechar o vidro da janela, tão relaxado e seguro que me sentia. À noite, eu adorava quando me faltava cigarro. Era só descer e andar pelas ruas desertas, sem a menor pressa de chegar ao posto de gasolina que ficava aberto 24 horas. Quando saí, passei as chaves para outro amigo brasileiro, o Marcelo Medeiros, que ainda tem a felicidade de morar no paraíso.

Pois bem, quando voltei lá este ano, para fazer um programa sobre Cascais para o Canallondres, Marcelo Medeiros foi o nosso guia. Fui apresentado a Cascais como se nunca tivesse estado lá. E foi fascinante ver o que perdi, através de outros olhos. De quebra, ainda fomos à Sintra, com direito à uma parada no deslumbrante Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa. A maneira de ficar mais pertinho do Brasil, para quem está pras bandas de cá. Mais especificamente, perto do meu Recife.

Perder Cascais só não foi mais penoso porque eu sei que Cascais está ali, não vai sair do lugar. Vai se sempre possível reencontrá-lo. Se você ainda não teve esse privilégio, só há uma coisa que eu posso dizer: você não sabe o que está perdendo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um lugar onde o diferente dá no mesmo


De vez em quando, um inglês completamente pelado (pode ser uma inglesa) invade uma quadra de tênis, um campo de futebol, de rugby. E aí já viu: uma correria de policiais e seguranças tentando conter o adão. Andando pelas ruas de Londres, é fácil encontrar o que poderia ser uma explicação: é muito difícil chamar a atenção nessa cidade. De tanto conviver com povos e culturas diferentes (são mais de 200 línguas no cotidiano londrino), o diferente simplesmente incorporou-se à paisagem. É só mais um. O exótico, o bizarro e a camiseta com calça jeans, aprenderam a dividir o mesmo espaço, pacificamente.

A idéia desse texto nasceu do programa que o Canallondres está levando ao ar hoje: "Rakell Sá no Café de Paris". Vivendo há mais de 10 anos fora do Brasil, a cearense Rakell adotou um estilo punk-rock e curte roupas coloridas e muita maquiagem. Um visual que chamaria a atenção em qualquer lugar do mundo, menos em Londres. Foi esse o motivo que a levou a trocar Barcelona por Londres. Eclética, diz misturar Lady GaGa, Madonna e Ivete Sangalo. Mas ao fazer as gravações do programa pra gente, próximo à London Bridge, mesmo com o seu cachecol combinando com o salto alto pink, além de uma câmera a acompanhá-la, Rakell era apenas mais uma entre os que passavam.

O que Londres ensina é que todo mundo merece respeito. É por isso que se alguém nas ruas dessa cidade, de repente, vira a cabeça para olhar alguém que acabou de passar, pode ter certeza: é turista.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Parceria internacional



A gente tem o prazer de anunciar que o Canallondres.tv fechou parceria com a Expedia Travel – maior operadora online de turismo do mundo. Agora, você poderá não só assistir aos vídeos com dicas dos lugares mais interessantes da Europa, mas também reservar hotéis, comprar passagens aéreas e marítimas e alugar um carro em qualquer parte do mundo, sem sair das nossas páginas. Além disso, você pode conferir e aproveitar as ofertas e promoções que só uma operadora de turismo do porte da Expedia Travel pode oferecer.

Primeiro dia de viagem



Olá,

Hoje a gente está começando uma nova viagem, nesse imenso mundo virtual. Falo a gente porque aqui na internet ninguém viaja sozinho. É um mundo sem fronteiras, onde todo mundo pode embarcar e desembarcar à hora que der na telha.

Não existem dados oficiais, mas calcula-se que entre 2 e 3 milhões de brasileiros vivem no exterior. Uma verdadeira diáspora que espalhou conterrâneos mundo afora a partir do início dos anos 90. Foi pensando nestes brasileiros, mais especificamente naqueles que vivem em Londres, que, no dia 02 de abril de 2009 nasceu o Canallondres.tv. Quase 7 meses depois, a gente expandiu as fronteiras e estamos cobrindo a Europa. Já estivemos na Itália, França, Alemanha, Portugal, Espanha e Dinamarca. Alguns dos muitos programas gravados nestes países, pela nossa diminuta, competente e brava equipe, já estão no ar. Outros, aguardam na fila de edição.

Também já mostramos muitos brasileiros em Londres, o que eles fazem, como se divertem, o que sonham para o futuro. Estamos formando uma verdadeira videoteca com informações valiosas sobre estes brasileiros que estão levando a nossa bandeira e a nossa cultura para os 4 cantos do mundo. Se você é um desses brasileiros, isso é mais um motivo para participar, dividindo a sua experiência com a gente.

Não poderia de registrar alguns nomes que fazem parte da nossa curta, porém intensa, história: Mino Reis, Roberta Arantes e Gustavo Cid, que já retornaram ao Brasil. Aqui em Londres, estamos eu, a Susan Ferreira e a Caroline Ravagnani, tocando o barco pra frente. Venha com a gente. Você é muito bem-vindo.